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Boris Johnson se desculpa após ser multado por festas durante a pandemia, mas se nega a renunciar
Boris Johnson pediu desculpas outra vez, nesta terça-feira, 12, pelo escândalo das festas ilegais em Downing Street durante os confinamentos pela pandemia, “desculpas completas”, mas se recusou a renunciar, depois de se tornar o primeiro chefe de governo em exercício multado por violar a lei.
O controverso líder conservador, de 57 anos, viu seu cargo seriamente ameaçado no início do ano pelo escândalo do “partygate”, que levou um grupo de deputados de seu Partido Conservador a contemplar uma moção de censura.

Até que a invasão russa da Ucrânia mudou os holofotes e aliviou a pressão política. No entanto, nesta terça-feira, a polícia de Londres anunciou ter notificado mais de 50 multas. Johnson, que defendeu perante o Parlamento que não quebrou nenhuma regra, está entre os sancionados.

A lista inclui sua esposa Carrie e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, até pouco considerado favorito para suceder o premiê no cargo. Recentemente, porém, ele se viu mergulhado em seu próprio escândalo, devido ao vantajoso status fiscal de sua milionária esposa indiana.

Logo depois, o líder da oposição britânica, o trabalhista Keir Starmer, pediu a renúncia de Boris e de seu ministro das Finanças.

“Boris Johnson e Rishi Sunak infringiram a lei e mentiram repetidamente para os cidadãos britânicos. Ambos devem renunciar. Os conservadores são totalmente incapazes de governar”, tuitou Starmer.

Segundo uma pesquisa rápida realizada pela YouGov com 2.464 adultos britânicos, 57% pensa que ambos devem renunciar e 75% considera que o primeiro-ministro mentiu conscientemente sobre as infrações.

No entanto, em uma declaração à imprensa britânica em sua casa de campo em Chequers, onde passa a Semana Santa, Johnson se recusou a deixar o cargo.

“Hoje eu recebi uma notificação de multa da polícia metropolitana relativa a um evento em Downing Street no dia 19 de junho de 2020. Quero dizer imediatamente que eu paguei a multa e mais uma vez peço desculpas”, disse Johnson em um pronunciamento.

Mas quando perguntado se planejava renunciar, declarou: “Quero seguir em frente e cumprir o mandato de lidar com os problemas que o país enfrenta”.

Há meses, a Scotland Yard investiga denúncias de que Johnson e membros de seu gabinete organizaram e compareceram a uma dúzia de festas durante os confinamentos de 2020 e 2021 contra a covid-19, que deixou mais de 170 mil mortes em um país de 67 milhões de habitantes.

É a primeira vez, no Reino Unido, que a polícia multa um primeiro-ministro em exercício. Mas a indignação dos rebeldes conservadores parece aplacada pela guerra na Ucrânia.

Considerando “muito grave” que Johnson “enganou” o Parlamento, o deputado conservador Roger Gale descartou “em plena crise internacional” dar ao presidente russo Vladimir Putin “a tranquilidade de pensar que vamos destituir o primeiro-ministro e enfraquecer a coalizão” contra a Rússia. “Qualquer reação a isso terá que esperar”, acrescentou.

Desde dezembro, um fluxo incessante de vazamentos para a imprensa vem revelando uma longa lista de festas, com imagens nas quais o próprio Johnson aparece, causando a pior crise política vivida pelo líder conservador desde sua gloriosa chegada ao poder em 2019.

Johnson a princípio, negou que houvesse festas nas instalações onde vive e trabalha, mas depois acabou admitindo que participou, em 20 de maio de 2020, durante o primeiro confinamento, de um evento nos jardins de Downing Street.

Afirmou, contudo, que acreditava se tratar de um “evento de trabalho”, o que causou grande indignação.

Sabendo que seu cargo estava por um fio, Johnson pediu desculpas em janeiro deste ano, mas sem reconhecer qualquer responsabilidade nestes eventos. Nesta terça-feira, voltou a afirmar que “não lhe havia ocorrido” que sua festa de aniversário “poderia ser uma violação das regras”.

Controverso líder conservador, de 57 anos, viu seu cargo seriamente ameaçado no início do ano pelo escândalo do “partygate”, que levou um grupo de deputados de seu Partido Conservador a contemplar uma moção de censura

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